Tecnodiscursos subversivos. Militantismo digital no contexto da pandemia da covid-19
DOI:
https://doi.org/10.24310/tsn.16.2024.20195Palabras clave:
Pandemia da covid-19, ativismo digital, tecnodiscurso, ressignificação, discurso subversivoResumen
No marco da pandemia do coronavírus surgiram diferentes ativismos atravessados pelo digital em uma relação de apoio/conflito com os meios massivos frente as medidas governamentais para controlar os surtos. Ao indagar sobre os novos modos de participação sociopolítica, o estudo focaliza uma prática de ativismo urbano colada à lógica do tecnodiscurso (Paveau, 2021a) para compreender o funcionamento de um discurso subversivo materializado em cartazes militantes com os dizeres #YoMeQuedoSinCasa (Barcelona, maio/2020). O caso é analisado em relação aos tecnodiscursos que este subverte: a propaganda governamental #QuedaTeEnCasa e a resposta massiva, #YoMeQuedoEnCasa, tecnodiscurso virtuoso (Paveau, 2015). Partindo da teoria da ressignificação (Paveau, 2021a) —sobre as práticas tecnodiscursivas de repetição subversiva pela web participativa— o estudo reflete sobre o militantismo do mundo híbrido (Castells, 2017) e analisa os aspectos pragmáticos, interacionais, enunciativos, semântico-axiológicos, discursivos, sociossemânticos e político-pragmáticos do discurso em questão. Conclui-se que o ativismo analisado está ancorado na tecnodiscursividade (Paveau, 2021b) para produzir um enunciado ressignificado com traços revolucionários, porque ao subverter o tecnodiscurso massivo, desnuda seu virtuosismo expondo uma ferida social de negligencia estatal e permite produzir tanto resistências como demandas de reparação.
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